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domingo, 3 de janeiro de 2010

LULA, O FILHO DO BRASIL (+++)


Antes de qualquer coisa neste post, desejo a todos um feliz 2010! Sem mais delongas, logo no fim dos fogos do réveillon, os cinemas não esperaram e anunciaram algumas estreias. Entre elas, está o longa baseado na história do nosso atual Presidente: "Lula, o fiho do Brasil". Aviso também, que não vou entrar no mérito politico. Este não é um blog para discutir assuntos desse tipo. Não me interessa aqui gostar ou não dele. A ideia é analisar o filme como ele próprio.


Fazendo uma análise imparcial então, achei "Lula..." um filme, digamos, bom. A história se inicia a partir de sua infância sofrida no sertão de Pernambuco. Quando eles partem em busca de uma vida melhor em São Paulo, descobrem que o pai (bem interpretado por Milher Cortaz) tem uma amante e é um alcoólatra inveterado. A mãe (a fascinante Glória Pires! Brilhante! Brilhante!) resolve, então, sair de casa com os filhos. Daí por diante, a narrativa se apega diretamente à Lulinha e à mãe. O futuro chefe de governo faz curso de torneiro mecânico, enquanto passa por aventuras com bebida e mulheres , até chegar à chefia do Sindicato dos Metalúrgicos e, por conseguinte, à Presidência da República.


Para mim, o ponto forte da história é mostrá-lo como ser humano. Há uma cena em que Lula chega bêbado em casa e a mãe o reprime por isso. Em outra cena, ele paquera mulheres e fala besteiras de um jovem comum. Há ainda a parte em que ele é chamado de traíra pelos membros do Sindicato. Isso é bem legal: ele errou, erra e vai continuar errando. Isso também é evidente atualmente. Mas falta também emoção em determinados momentos da obra, como quando ele perde o dedo. Há ainda a descaracterização da personagem, já que em pouquíssimos momentos ouve-se a voz rouca e a dicção fanha exigidas para o papel. Além do quê, o português do protagonista tá muito certinho. Nesse quesito, a atuação Rui Ricardo Diaz peca.


Caso você resolva ir ao cinema, não espere ver a entrada dele na política, de fato. Ele ingressando no PT e chegando às candidaturas para presidência? Esqueça. "Lula, o filho do Brasil" pretende mostrar a criação dessa liderança e o início do interesse por política de quem seria nosso futuro governante. Mas esse erro (?!) é "reconhecido" por seu diretor, que alega que teria história ainda para uns dois filmes.


Apesar de todos os defeitos, é um conto que, apesar de todos conhecerem, não deixa de ser impressionante. Já pensou que você pode estar esbarrando na rua com nosso futuro Presidente? Será que um raio cai duas vezes no mesmo lugar? Nada é impossível, né? Quem acreditaria no primeiro raio?


Acho somente que o trabalho de Fábio Barreto perderá uma parte de seu público porque foi lançado na hora errada. Uma obra desse tipo não pode ser lançada em pleno ano eleitoral e com o próprio protagonista ainda no poder. Por mais que se esforce para não ser um filme eleitoreiro, é realmente impossível não associá-lo à uma campanha antecipada (embora, em nenhum momento, Dilma Rousseff seja citada, mas...). É uma pena. Poderiam esperar mais um pouco.
SENTE E RELAXE:
- História, embora conhecida, impressionante.
- Glória Pires sensacional.
- Boa fotografia.
- Ênfase no ser humano Lula e não no Presidente.
SE PUDER, CORRA:

- Correria em algumas cenas para contar a história, consequentemente, ausência de emoção.
- Cadê a "rouquice", a "fanheza" e o português incorreto?
- Lançar em ano eleitoral?
FICHA TÉCNICA:

NOME: Lula, o filho do Brasil.
ELENCO: Rui Ricardo Diaz, Glória Pires, Cleo Pires , Milhem Cortaz, Juliana Baroni.
DIREÇÃO: Fábio Barreto.
ROTEIRO: Daniel Tendler, Denise Paraná e Fernando Bonassi, baseado em livro homônimo de Denise Paraná.